Estamos em um momento em que se não estivermos "ligados" entramos em um marasmo ou num "analfabetismo social e político", onde tudo acontecerá sem termos uma consciência crítica, e sim "achismos" e críticas infundadas. Precisamos, necessitamos, está imprescindível tomarmos ciência do que acontece ao nosso redor. Gosto muito de ler pessoas que sabem o que dizem, que não são precipitadas, que realmente tem uma posição, mas acima de tudo possui a realidade, não importando o lado que esteja e que nos leva a pensar, a refletir. Existem escritores e jornalistas que são assim, um pouco raros mas ainda existem e um deles é David Coimbra, jornalista , cronista do Jornal Zero. Colocarei abaixo alguns fragmentos de suas crônicas , vale a pena lê-los.

" Programas de governo são fáceis de fazer.Não dependem de negociação, de conscientização da sociedade, de planejamento ou estudos aprofundados. Também é fácil destinar dinheiro para uma ou outra causa e delegar a responsabilidade a estados e municípios. O difícil, para um governo, é usar sua legitimidade conquistada nas urnas e liderar a sociedade na construção de um sistema de Estado. É difícil, lento e desgastante. E não dá voto."
" Não sou a favor da palmada educativa. E não sou a favor da lei que proíbe a palmada educativa.
Não sou a favor de expulsar alunos da escola. E não sou a favor da norma que proíbe a expulsão de alunos da escola.
Como é que o Estado vai regular pela lei o que tem de ser regulado pelo bom senso?
Até porque, no caso da palmada, o Estado brasileiro não tem nem meios de punir eventuais infratores. Há 500 mil pessoas presas no Brasil, quase meia Porto Alegre. Nas masmorras medievais de Norte a Sul amontoam-se assassinos, traficantes, assaltantes, sequestradores, tratados de uma forma que seria escandalosa, se eles fossem animais de zoológico. Não há lugar para pais lenientes, mesmo que sua negligência tenha permitido que tigres estraçalhassem os braços de seus filhos.
Uma lei sem poder de punição não educa. Ao contrário, deseduca, porque vira piada. Torna-se uma lei que ensina a descumprir a lei.
A lei é educativa quando pune, porque a punição é educativa. Diminuir o poder das escolas de punir alunos numa época em que a regra é a leniência, como no caso do pai do menino mutilado pelo tigre, ou a indiferença, como no caso do pai do menino assassinado no RS, diminuir o poder de punição das escolas nesse tempo é mais do que um erro do Estado: é um erro criminoso. As crianças, às vezes, clamam pela punição, porque, ao puni-las, pais e educadores demonstram que zelam por elas. Punição justa não é maldade; é interesse, é cuidado, é atenção. As crianças brasileiras e o povo brasileiro estão carentes de punição, não de crueldade. Carentes de autoridade, não de autoritarismo. "